quinta-feira, 27 de setembro de 2012

PF detém diretor da Google no país

PF detém diretor da Google no país

Diretor da Google é detido após descumprir decisão da Justiça
Autor(es): Tatiana Farah
O Globo - 27/09/2012
 
Juiz em Campo Grande (MS) mandou retirar do YouTube vídeo contra candidato

SÃO PAULO O diretor-geral da Google no Brasil, Fabio José Coelho, foi detido ontem pela Polícia Federal (PF) por ordem da Justiça de Mato Grosso do Sul. O juiz eleitoral Flávio Saad Peron, de Campo Grande, sustentou que Coelho descumpriu ordem de retirar do YouTube, controlado pela empresa, um vídeo que atacava um candidato a prefeito da cidade. O executivo estava com prisão decretada havia uma semana. Ontem, foi detido e levado à Superintendência da PF em São Paulo, onde prestou depoimento. No final da tarde, Peron expediu seu mandado de soltura em favor do executivo.
Segundo a PF, Coelho foi liberado porque o crime de desobediência é de "menor potencial ofensivo", com pena prevista de no máximo um ano de detenção.
O YouTube foi acusado de manter no ar um vídeo de ataque ao candidato Alcides Bernal, do PP. Em nota divulgada antes da prisão, a Google afirmou que "está recorrendo da decisão que determinou a remoção do vídeo do YouTube porque, sendo uma plataforma, o Google não é responsável pelo conteúdo postado em seu site".
A questão legal, porém, não passa só pelo conteúdo do vídeo, mas pelo descumprimento de uma decisão judicial. Após a notificação, o Google é responsável pelo conteúdo e tem obrigação de cumprir a decisão.
"a internet não pode ser acima das leis"
Ao GLOBO, o juiz Peron afirmou que decretou a prisão porque a empresa se negou a cumprir a ordem de retirar o material do ar, mesmo após ter sido notificada.
- O Google foi desrespeitoso, afrontoso em não tirar o vídeo do ar. A internet não pode ser um território acima das leis. A ninguém é devido decidir se vai cumprir uma decisão judicial ou não. A empresa que apelasse, que recorresse, mas não pode dizer que não vai cumprir uma decisão porque não considerou o vídeo calunioso.
Na Paraíba, na semana passada, mais um juiz eleitoral pediu a prisão de outro diretor da Google pelo mesmo motivo. Em São Paulo, a Justiça pediu a retirada do filme anti-islâmico "Inocência dos Muçulmanos", que causa polêmica em todo o mundo. Nas comunidades da internet, as decisões judiciais têm causado protestos.
Para Bruno Magrani, professor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direto da Fundação Getúlio Vargas do Rio, a decisão judicial é "bastante preocupante":
- Faz o Brasil se aproximar de países autoritários e diminui a liberdade de expressão.
Monica Rosina, professora de propriedade intelectual da Escola de Direto da FGV de São Paulo, diz que a detenção "foi descabida". Para ela, o mais adequado seria a Justiça determinar que quem publicou o vídeo no Youtube o retirasse do ar. Até o fechamento da edição, a Google não se pronunciou sobre a detenção.

Irã restringe acesso a Gmail e Google

Irã restringe acesso a Gmail e Google

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

As autoridades do Irã determinaram a partir de hoje (24) o acesso restrito ao Gmail, serviço de e-mail do Google. A medida é um dos primeiros atos para a definição de um serviço local próprio de rede de computadores separado do restante da internet mundial. Atualmente, o acesso a internet no Irã é limitado, pois há sites que são bloqueados, impedindo o internauta de usá-lo.

O acesso ao buscador do Google também sofreu restrições. O acesso à página exige o uso de um protocolo de segurança e está bloqueado.

"Em decorrência das repetidas demandas da população, o Google e o Gmail serão filtrados em todo o país. Eles permanecerão filtrados até segunda ordem", disse o secretário do grupo estabelecido pelo governo para detectar conteúdo ilegal na internet, Abdolsamead Khoramabadi.

Às vésperas das eleições parlamentares em março deste ano, o Google e o Gmail foram bloqueados em todo território iraniano. O YouTube, serviço de vídeos do Google, também é censurado no Irã desde 2009, após os protestos populares contra supostas fraudes na eleição presidencial.

*Com informações da BBC Brasil

Edição: Carolina Pimentel

Fonte: EBC
 
 

Publicado em: 25/09/2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dilma, Obama e a guerra Brasil-EUA

Dilma, Obama e a guerra Brasil-EUA

O duelo comercial entre Dilma e Obama
Autor(es): » DENISE ROTHENBURG
Correio Braziliense - 25/09/2012
 

Nova York — Os dois países andam às turras nas relações comerciais. Os EUA reclamam de restrições brasileiras a importações. O Brasil se queixa de um "tsunami" de dólares que prejudicaria o real. É nesse clima que os dois presidentes terão rápido encontro hoje na abertura da Assembleia Geral da ONU.

A presidente brasileira ataca hoje, em assembleia na ONU, o"tsunami monetário" norte-americano. Os EUA acusam o Brasil de protecionista
Nova York — Dilma Rousseff e Barack Obama terão um rápido encontro hoje na sede das Nações Unidas (ONU), num momento em Brasil e Estados Unidos andam às turras nas relações comerciais. Enquanto os norte-americanos reclamam da decisão do parceiro de aumentar, de forma sistemática, os impostos incidentes sobre importações, os brasileiros não se conformam com a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central do EUA, de injetar US$ 40 bilhões mensalmente na maior economia do planeta até que o desemprego, que passa dos 8%, recue. Para o governo Dilma, essa medida promove "um tsunami monetário" no mundo, valoriza o real e tira a competitividade dos produtos nacionais no exterior. A líder brasileira vai deixar o seu descontentamento com o Fed no discurso desta manhã. Já os EUA ameaçam recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o que classificam como protecionismo do Brasil.
Esse embate, somado à campanha pela reeleição de Obama, serviu para que os dois governos evitassem um encontro bilateral demorado durante a passagem de Dilma por Nova York. A expectativa dos diplomatas brasileiros, entretanto, é a de que os dois presidentes troquem algumas palavras na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, que líder brasileira abrirá às 9h da manhã. Logo depois, será a vez do presidente norte-americano. "Creio que deverá imperar a cortesia no encontro entre os dois, apesar das desavenças na área econômica. Os dois lados têm argumentos de sobra para defender seus pontos de vista", disse um ministro que participa da comitiva brasileira.
Ontem, Dilma se reuniu com o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manoel Durão Barroso, por uma hora e meia, no Hotel St. Regis, onde ela está hospedada. O tema central da conversa foi a crise que assola a Zona do Euro. "Tive a oportunidade de conversar sobre as medidas adotadas (pelo bloco econômico). A vocês brasileiros, que gostam de futebol, posso dizer o seguinte: a primeira fase do jogo já passou. Estamos na segunda
fase. E, contrariamente ao que dizem os apostadores, não perdemos nenhum jogador e ninguém foi expulso e nem estamos perdendo o jogo", disse Durão.
Dilma foi mais direta nos queixumes contra os países ricos. Para ela, é importante que as medidas adotadas pela Zona do Euro — o Banco Central Europeu também está pondo caminhões de dinheiro na economia — não prejudiquem o Brasil, um país que se mantém numa situação econômica favorável e, se não for afetado, pode, inclusive, contribuir com soluções para a crise. Ela evitou usar a expressão "tsunami monetário", adotada em uma viagem à Europa no ano passado, mas o sentido continua o mesmo: o governo brasileiro tem ressalvas às medidas que afetam os países emergentes, sobretudo por meio da valorização de suas moedas, que deixam suas exportações mais caras.
Recessão
As declarações de Barroso coincidem com as de muitos analistas sobre a crise. Há quem diga que, sem as medidas adotadas na Europa e nos Estados Unidos, o crescimento do Produto Interno do Bruto (PIB) do Brasil não chegaria nem aos tímidos 2% previstos pelo governo para este ano. Afinal, há um consenso entre os países de que uma recessão generalizada não interessa a ninguém. A conversa entre Dilma e Barroso começou com o presidente da CE levantando o tema do acordo comercial Brasil-União Europeia (UE), que vem sendo negociado há anos e sem um desfecho à vista por conta da crise na Zona do Euro. Além de acelerar um possível acordo, eles começaram a desenhar uma reunião de cúpula entre o Mercosul e a UE para janeiro de 2013.
Encerrada a conversa com Barroso, no inicio da noite, a presidente dispensou ministros e assessores e avisou que sairia para jantar com a filha, Paula, que a acompanha na viagem. Antes, as duas foram assistir uma ópera. Assim, a líder brasileira não participou da recepção no Waldorf Astoria, que teve Barack Obama como anfitrião. Não foi a primeira vez que Dilma dispensou esse convite. No ano passado, ela também não compareceu a esse encontro que ocorre sempre às vésperas da abertura da Assembléia Geral da Nações Unidas. Pelo menos neste caso, a ausência da líder brasileira nada teve a ver com o fato de Brasil e Estados Unidos estarem estremecidos comercialmente.
Na avaliação de Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior e atual sócio da Barral MJorge Consultores, não há muito com o que se preocupar com a guerra comercial entre Brasil e EUA. "A troca de farpas tem um lado eleitoreiro dos Estados Unidos. Para ele, a lista de 100 produtos que tiveram aumento do Imposto de Importação no país é pequena se comparada com a gama de produtos comprados dos norte-americanos. "Além disso, o Brasil elevou as tarifas até 25% e não ao máximo permitido, é 35%", destacou. Para ele, por ser um tema polêmico, o Obama aproveitará para ganhar mais alguns votos questionando o protecionismo brasileiro.
» Segurança no trânsito
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, juntou-se ontem à comitiva brasileira para cuidar da reunião que a presidente terá sobre uma campanha mundial de segurança no trânsito com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Jean Todt. Ribeiro encontrou-se com Todt acompanhado do ex-piloto Emerson Fittipaldi. O Ministério deve investir este ano R$ 73 milhões na redução de acidentes. "O Brasil vai liderar a iniciativa com a FIA. Vamos usar o selo da ONU na campanha", disse Fittipaldi.

Senado aprova MP do Código Florestal

Senado aprova MP do Código Florestal

25/09/2012 
 
Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

O Senado Federal aprovou hoje (25), sem alterações, o projeto de lei de conversão referente à Medida Provisória do Código Florestal. O texto original enviado pelo Poder Executivo recebeu quase 700 emendas na comissão especial mista que analisou a matéria. Nela, após muita polêmica, um acordo entre congressistas ruralistas e ambientalistas resultou no texto aprovado pela Câmara dos Deputados e, hoje, pelo Senado.
Imagem: EBC
Entre as alterações inseridas no projeto pela comissão especial, as principais são referentes às áreas de preservação permanentes (APPs) em margens de rios e de nascentes. Os parlamentares da comissão modificaram a chamada “escadinha” proposta pelo governo federal, que estabelecia quanto das margens de rios desmatadas deveriam ser replantadas de acordo com o tamanho da propriedade.
Por serem maioria, os parlamentares da bancada ruralista conseguiram estabelecer no projeto que, nas propriedades de 4 a 15 módulos fiscais deverão ser recompostos 15 metros de mata nas margens dos rios com até 10 metros de largura. Quem tiver propriedades maiores que isso, independente do tamanho do curso d’água, deverá recompor de 20 metros a 100 metros, a ser definido pelas autoridades estaduais.
Já os parlamentares ambientalistas se deram por satisfeitos ao conseguirem impor no texto que as nascentes e olhos d’água deverão ter APPs ao seu redor de, no mínimo, 15 metros, a serem recompostos em caso de desmatamento pelos donos das propriedades. Além disso, o projeto também prevê a manutenção de 50 metros de APPs no entorno das veredas e áreas encharcadas.
Imagem: EBC
Para que a recomposição seja feita, será criado um Programa de Regularização Ambiental (PRA) que regulamentará a permissão para que os produtores possam converter as multas ambientais em investimentos no reflorestamento de suas reservas legais e APPs.
A Medida Provisória do Código Florestal foi editada pela presidenta Dilma Rousseff para suprir as lacunas deixadas pelos vetos feitos por ela à lei que reformou o código. Durante as negociações sobre a MP na comissão especial, o governo chegou a divulgar nota na qual declarou não ter participado do acordo que resultou no texto aprovado hoje e que, portanto, não tinha qualquer compromisso com ele. A declaração gerou tensão entre os parlamentares ruralistas, que ficaram com receio de que a presidenta faça novos vetos ao projeto aprovado pelo Congresso.
Apesar disso, o senador Jorge Viana (PT-AC), que tem atuado como porta-voz informal do governo nas questões ambientais, disse acreditar que a presidenta não deverá tomar esta medida novamente. Na opinião dele, a proposta aprovada é “a melhor para o meio ambiente” e esse deve ser o argumento usado para tentar convencer a presidenta a não promover novos vetos na matéria.
“O entendimento que foi construído aqui leva em conta a realidade das bacias hidrográficas. O texto que sai daqui resolve o passivo ambiental brasileiro”, declarou o senador que atuou como relator do projeto do código anteriormente e foi um dos negociadores do atual projeto.
O projeto de lei de conversão segue agora para sanção presidencial, uma vez que não sofreu alterações e não precisará retornar para nova análise da Câmara dos Deputados.


Edição: Fábio Massalli

Presidenta Dilma critica os Estados Unidos e nega protecionismo brasileiro

Presidenta Dilma critica os Estados Unidos e nega protecionismo brasileiro

25/09/2012 
 
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Imagem: EBC
A presidenta Dilma Rousseff reagiu hoje (25), em Nova York, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no seu discurso, a acusação do governo dos Estados Unidos que o Brasil adotou medidas protecionistas para garantir mercado aos seus produtos. Dilma ressaltou que todas as decisões, adotadas no Brasil, são respaldadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela negou irregularidades ou desvios de conduta.
Assim como na carta enviada semana passada ao representante do Comércio Internacional dos Estados Unidos, Ron Kirk, pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, Dilma condenou a valorização artificial da moeda norte-americana, que afeta os países em desenvolvimento, principalmente o Brasil.
“O protecionismo deve ser combatido, pois confere maior competitividade de maneira espúria”, disse a presidenta, que abriu a Assembleia Geral das Nações Unidas. “[Nossas medidas foram] injustamente classificadas como protecionismo.”
Para a presidenta, é fundamental que os órgãos internacionais, como o G20 (países mais desenvolvidos do mundo), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), passem a atuar no controle da guerra cambial e do estímulo do crescimento econômico. Dilma chamou esses órgãos de “mecanismos multilaterais” e alertou sobre as ameaças ao mundo atual.
“A recessão só agudiza os acontecimentos. [É necessário] um amplo pacto contra a desesperança que provoca o desemprego e a falta de oportunidades”, disse a presidenta em referência às medidas de contenção adotadas por alguns países em busca de soluções para impedir o agravamento causado pela crise econômica internacional.
Dilma reiterou que as dificuldades, que citou há um ano, quando abriu a 66ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ainda permanecem apenas com alguns “novos contornos”. “Constato a permanência de muitos problemas que nos afligia cuja solução é cada vez mais urgente”, advertiu ela. “A crise econômica ganhou novos retornos, a opção por políticas ortodoxas agrava gerando reflexos em países emergentes.”
Em uma crítica aos líderes políticos dos países europeus e dos Estados Unidos, a presidenta disse que “as principais lideranças ainda não encontraram o caminho” para articular alternativas para a economia associadas à inclusão social. Segundo ela, essa ausência de alternativas “afeta as camadas mais vulneráveis da população” causando a fome, o desemprego e a desilusão.
“A história revela que a austeridade quando exagerada e isolada do crescimento derrota a si mesma. [No Brasil nós] aumentamos nossos investimentos em infraestrutura e combate à inflação, de inclusão social e combate à pobreza. Reduzimos a carga tributária e o custo da energia”, disse Dilma, informando que mais de 40 milhões de brasileiros foram retirados da pobreza nos últimos anos.
 
Edição Beto Coura

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Militares sairão do Afeganistão

Militares sairão do Afeganistão

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

A Secretaria de Defesa dos Estados Unidos deve anunciar hoje (21) a retirada de 33 mil  militares do Afeganistão. Eles fazem parte do contingente enviado em 2010 pelo presidente Barack Obama. A ação ocorre no momento em que há uma onda de ataques contra representações diplomáticas norte-americanas devido a um filme que satiriza o profeta Maomé e o islamismo, produzido nos Estados Unidos.

Apesar da retirada dos 33 mil homens do Afeganistão, ainda restam no país cerca de 68 mil militares norte-americanos. O objetivo é retirar todos os militares estrangeiros até o fimde  2014, incluindo a saída dos integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Desde 2011, quando foi lançada a ofensiva denominada guerra ao terror pelo ex-presidente George W. Bush, os norte-americanos estão em território afegão. A retirada das tropas, no entanto, faz parte do processo de transferência gradual da responsabilidade de segurança para as forças afegãs.

Anteontem (19) um grupo de senadores pediu uma "pausa estratégica" na retirada das tropas dos Estados Unidos do Afeganistão, após o aumento dos ataques contra os homens da Otan pelas forças de segurança afegãs durante a onda de violência gerada pelo filme anti-Islã.

O governo dos Estados Unidos começou a retirada dos primeiros soldados de sua tropa no Afeganistão em 2011. No ápice da chamada guerra ao terror havia cerca de 100 mil militares norte-americanos em território afegão.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC  
 
 

Publicado em: 21/09/2012

Brasil se prepara para tomar liderança dos Estados Unidos em soja

Brasil se prepara para tomar liderança dos Estados Unidos em soja

23/09/2012 -

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil 

Com o início das chuvas, produtores brasileiros de soja começam o plantio da safra 2012/2013: o Brasil deve tomar a liderança dos Estados Unidos como o principal produtor mundial do produto. Em Mato Grosso, maior estado produtor do cereal, o plantio já começou em alguns municípios, com mais de uma semana de antecipação em relação à safra anterior.
Imagem: Agência Brasil
Segundo o meteorologista do Inmet Mozar Salvador, a previsão para os próximos dias é a de chuvas mais intensas nas regiões Nordeste e Sudeste. No Centro-Oeste, as precipitações devem ser em menor intensidade. “Mesmo que, no início, seja em menor quantidade, a tendência é aumentar o plantio”, avaliou o especialista em relação às chuvas tão aguardadas pelos produtores. No Sul, onde a seca forte do início do ano conserva os efeitos até hoje, a previsão é de chuvas acima da média nos próximos três meses.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, disse que a liderança deve ser conquistada, em grande parte, pela quebra de aproximadamente 20% da safra de soja americana. Além disso, a produção no Brasil deve crescer cerca de 14%, passando de 66,3 milhões de toneladas na safra 2011/2012 para 83 milhões de toneladas na que se inicia.
Além da possibilidade de conquistar a liderança mundial na produção de soja, os sojicultores brasileiros devem se beneficiar também da quebra da safra americana na rentabilidade de suas lavouras. Os preços do cereal estão em patamares recordes e, segundo o assessor da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Sávio Pereira, eles se manterão para o próximo ano.
“Há uma quebra muito grande nos Estados Unidos e isso beneficia a produção e a expansão da área agrícola no Brasil. Os produtores brasileiros terão lucratividade garantida para a safra de 2013”, disse Pereira em nota.

Edição: José Romildo

Presidente do Paraguai faz campanha na ONU contra suspensão do país do Mercosul

Presidente do Paraguai faz campanha na ONU contra suspensão do país do Mercosul

24/09/2012

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Ao desembarcar em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas,  o presidente do Paraguai, Federico Franco, começou ontem (23) sua campanha contra a suspensão do país do Mercosul. Na reunião com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, Franco reclamou da suspensão e reiterou que o Paraguai segue a Constituição e mantém a ordem democrática.
O Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) desde o fim de junho, quando o então presidente paraguaio Fernando Lugo foi destituído do poder. Para os líderes políticos da região, houve o rompimento da ordem democrática pela forma como Lugo foi submetido ao processo de impeachment no Congresso.
Em Nova York, Franco marcou uma reunião como primeiro-ministro da Espanha, Mario Rajoy. Segundo ele,depois do encontro decidirá se participa da Cúpula Ibero-Americana, organizada pela Espanha. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, o governo não recebeu o convite a tempo.
Franco organizou uma agenda intensa de atividades ao longo desta semana em Nova York. O presidente paraguaio tem hoje (24) reuniões com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, e o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, que atualmente faz parte de uma organização não governamental.
À noite, Federico Franco participa de jantar oferecido pelo presidente norte-americano, Barack Obama. Ele retorna ao paraguai apenas quinta-feira (27). A presidenta Dilma Rousseff deve voltar antes. Ela planeja estar no Brasil quarta-feira (26).

*Com informações da agência pública de notícias de do Paraguai, Ipparaguay 
Edição: Graça Adjuto

NA ONU, DILMA VOLTARÁ A ATACAR ‘TSUNAMI MONETÁRIO’

NA ONU, DILMA VOLTARÁ A ATACAR ‘TSUNAMI MONETÁRIO’

DILMA VAI DISCURSAR NA ONU CONTRA "TSUNAMI MONETÁRIO" DOS PAÍSES RICOS
Autor(es): Leonencio Nossa
O Estado de S. Paulo - 24/09/2012
 

Em meio à tensão entre Brasil e EUA por causa de acusações de protecionismo comercial, a presidente Dilma Rousseff chegou ontem a Nova York e deve criticar o que o governo brasileiro chama de "tsunami monetário" na abertura da 67ª Assembleia-Geral da ONU, informa o enviado especial Leonencio Nossa. Dilma fará críticas à injeção de dinheiro na economia pelos bancos centrais de EUA, Japão e Comunidade Europeia. Não está descartado encontro com o presidente Barack Obama. A relação entre os dois países passa por um mau momento desde a dura troca de cartas entre os governos sobre a decisão brasileira de elevar a tarifa de importação de cem produtos
Presidente vai reclamar do prejuízo com injeção de dinheiro novo pelos bancos centrais dos EUA, do Japão e da Comunidade Europeia
Quatro dias após a dura troca de críticas entre Brasil e Estados Unidos pelo fato de o governo brasileiro ter elevado tarifas de importação de 100 produtos para proteger a indústria nacional, a presidente Dilma Rousseff dá início a mais um round contra o "tsunami monetário". Ela deverá investir contra a injeção de dinheiro novo na economia pelos bancos centrais dos Estados Unidos, do Japão e da Comunidade Europeia, em discurso na abertura da 67.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)e encontros com chefes de Estado.
Hoje, Dilma deve reunir-se com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, a quem provavelmente reiterará a mensagem de que o afrouxamento monetário promovido pelos países ricos prejudica as exportações dos emergentes. Também deve encontrar-se com representantes dos governos da Ucrânia e da Indonésia.
A presidente desembarcou nos Estados Unidos ontem, por volta das 7 horas (8 horas em Brasília), segundo informou o Palácio do Planalto. Pela manhã, teve conversas com os ministros das Relações Exteriores, Antônio de Aguiar Patriota, da Educação, Aloizio Mercadante, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, da Comunicação Social, Helena Chagas, e com o assessor especial Marco Aurélio Garcia. À tarde, manteve agenda particular. Almoçou num restaurante e passeou pelas ruas.
Amanhã, Dilma faz o tradicional discurso de abertura da assembleia. Antes da apresentação, se reúne com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e diplomatas da organização. Até a tarde de ontem, não estava programado encontro com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Diplomatas dizem que uma reunião entre os dois não deve ocorrer, mas é possível haver uma conversa no próprio plenário da assembleia. Ele subirá à tribuna logo após o discurso dela.
A relação entre os dois países passa por um mau momento depois da troca de cartas entre o representante comercial dos EUA, Ron Kirk, e o ministro Patriota. Os EUA criticaram o aumento das tarifas no Brasil. O governo brasileiro diz que a medida está em acordo com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e ressalta que as relações bilaterais são favoráveis aos EUA. Dilma deve ir também a um evento do Council on Foreign Relations, organização de estudos sobre relações internacionais.
Segundo auxiliares, a presidente deverá fazer críticas, ainda que veladas, à decisão do Federal Reserve, o Fed (o banco central dos Estados Unidos), de desembolsar até US$ 40 bilhões ao mês para a compra de títulos públicos e privados.
Os governos dos países emergentes reclamam que suas exportações são prejudicadas com a expansão do crédito nos EUA, na Europa e no Japão. A injeção de recursos nas economias centrais, por sua vez, não tem conseguido arrancá-las da recessão. Esses pontos foram frisados na carta de Patriota a Kirk.
Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ameaçou elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a entrada de dólares. Dilma já orientou a equipe a utilizar o arsenal necessário para conter a queda do real. As estatísticas mostram, porém, que até o momento não ocorre nenhuma avalanche de moeda estrangeira.
Segunda viagem. É a segunda vez que Dilma viaja como presidente aos Estados Unidos. No ano passado, ela fez um discurso em defesa da igualdade entre os Estados e mudanças nos fóruns internacionais e contra o protecionismo dos países industrializados. Um ano depois, observam diplomatas, a presidente volta à ONU com o desafio de responder a críticas.
O ataque à postura dos países ricos na condução da economia poderia servir para amenizar queixas políticas e econômicas na ONU contra o Brasil. O governo Dilma é criticado por não condenar o regime sírio e o massacre de civis pelo exército do ditador Bashar al-Assad, mantendo postura alinhada à China e à Rússia. No campo econômico, o discurso duro seria uma forma de conter as queixas dos países industrializados em relação às últimas medidas do governo brasileiro de aumentar a taxação de produtos importados, especialmente na área automobilística.
(Colaboraram Lu Aiko Otta e Gustavo Chacra)

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

‘Profetas do caos’ criam um falso debate sobre o Oriente Médio

‘Profetas do caos’ criam um falso debate sobre o Oriente Médio

 José Antônio Lima

Publicado em Carta Capital

Egípcios protestam em frente à embaixada dos EUA no Cairo. Os moderados precisam ser fortalecidos diante da força dos radicais. Foto: Khaled Desouki / AFP

Há um falso debate em curso a respeito do Oriente Médio. Os protestos e a violência dos últimos dias (cujo pretexto foi o filme “Inocência dos Muçulmanos” e, depois, charges de Maomé publicadas na revista francesa Charlie Hebdo) fez comentaristas, à esquerda e à direita, se regozijarem por terem, supostamente, previsto o que consideram ser o desfecho da “Primavera Árabe”: o inevitável encaminhamento do mundo árabe-muçulmano para um radicalismo islâmico anti-Ocidente. Esses comentaristas sentem-se vitoriosos no debate contra aqueles que, segundo eles, previam o surgimento espontâneo de democracias após a derrubada de ditadores. Ocorre que este debate jamais ocorreu.
Nenhum analista sério poderia afirmar que o fim de regimes autoritários ensejaria o surgimento automático de democracias. Isso jamais ocorreu na história, porque a democracia é um processo e não um modelo único que pode ser simplesmente implantado. O que analistas debatiam, anos antes de a “Primavera” ter início, eram possibilidades de democratização de países árabes-muçulmanos. A discussão se dava nos seguintes moldes: o que o Ocidente pode fazer, no relacionamento com os governos e sociedades civis árabes-muçulmanas, para facilitar a democratização? Esses estudos partiam de premissa de que sociedades mais livres e igualitárias transformariam o Oriente Médio num lugar mais seguro.
Os “profetas” da radicalização islâmica inevitável agem movidos por uma visão carregada de preconceito. Basicamente, não acreditam que muçulmanos e árabes sejam capazes de viver em regimes democráticos. Englobam tudo o que vem do Oriente Médio como “Islã”. São, como definiu Edward Said, orientalistas. Como todo preconceito, este é movido pela ignorância, no sentido denotativo da palavra: a falta quase total de conhecimento a respeito do que ocorre no Oriente Médio. Três aspectos são particularmente relevantes.
Rached Ghannouchi, presidente do Ennahda, o partido islamista que governa a Tunísia. Grupos como o de Ghannouchi, que pregam a moderação, são pressionados politicamente pelos salafistas. Foto: Fethi Belaid / AFP

O primeiro: as nuances do Islã político. A Irmandade Muçulmana no Egito e o Ennahda na Tunísia, partidos religiosos que venceram as eleições, são grupos que, ao menos por enquanto, pregam moderação e pragmatismo. Há um fosso de diferenças, ideológicas e práticas, entre esses partidos e os salafistas, religiosos ultrarradicais. No Egito, onde o presidente Mohamed Morsi foi eleito com o apoio dos salafistas, a coalizão Irmandade-salafistas está ruindo por conta dessas diferenças. Foram esses setores mais radicais que lideraram o ataque contra a embaixada americana, constrangendo o governo egípcio e a Irmandade perante a comunidade internacional.
É importante notar que nem todos os salafistas são violentos. No caso da Líbia, onde foi assassinado o embaixador Chris Stevens, grupos guerrilheiros salafistas, e violentos, foram os responsáveis pelo ataque. Eles representam, entretanto, uma fração marginal dos salafistas líbios. A maioria partiu para a vida política ou aderiu a instituições do nascente Estado líbio.
O segundo aspecto ignorado é o fato de que a opinião dos povos árabes agora importa. Com a queda de ditadores vieram à tona inúmeras forças políticas e sentimentos antes suprimidos pelo autoritarismo. O mais saliente deles é o anti-americanismo, que no Oriente Médio é abrangente e atinge religiosos e seculares, ricos e pobres, gente que vive no meio urbano e no rural. A origem deste sentimento é a história de golpes e guerras promovidos e apoiados pelos EUA no Oriente Médio nas últimas décadas. Lamentavelmente, inúmeros religiosos radicais, a maioria salafistas, usam seus sermões para estimular este sentimento, pregando o ódio e a violência. É este sentimento que os salafistas tentam manipular contra os governos moderados numa tentativa de ganhar apelo político.
O terceiro aspecto ignorado pelos “profetas” da radicalização é a existência de líderes religiosos muçulmanos moderados. Há inúmeros desses no Ocidente, mas há também no Oriente Médio. Ainda no dia 12 de setembro, um dia depois do início dos protestos, o líder da mesquita de Al-Azhar, principal escola de pensamento sunita do mundo, baseada no Egito, pediu que os muçulmanos respondam de forma “racional e objetiva” a ofensas a Maomé. Na terça-feira 19, Ali Gomaa, o grande mufti do Egito, maior autoridade religiosa do país, escreveu artigo no jornal The National (dos Emirados Árabes Unidos) afirmando que “a violência nunca é uma resposta aceitável à provocação”. Gomaa afirmou que o Islã tem uma “necessidade urgente” de encontrar líderes religiosos que possam desenvolver respostas dentro do Islã aos problemas da modernidade, criando um ambiente em que todas as pessoas possam coexistir.

O grande problema da visão desses “profetas do caos” é sua incapacidade de propor qualquer solução em termos de política internacional. Sua única sugestão é que novas provocações, como as charges da Charlie Hebdo, sejam feitas. Talvez seja uma tentativa de forçar a democracia goela abaixo. Talvez seja uma tentativa de “comprovar”, usando a reação da minoria, as impressões que têm da maioria de árabes e muçulmanos.
Um reflexo desta estratégia desastrada é estimular os radicais anti-Islã no Ocidente. Como conta Doug Sanders no jornal The New York Times, neste ano uma mesquita foi incendiada no Estado americano do Missouri e uma escola islâmica foi atacada com uma bomba de ácido no Illinois. A onda de islamofobia nos EUA, que engloba organizações, blogueiros, militares, jornalistas e políticos, surgiu no rastro do 11 de Setembro. Hoje ela é tão intensa que o novo Lanterna Verde é árabe e muçulmano, numa tentativa de romper este preconceito. Na Europa, a hostilidade ao Islã também é latente. Em 2009, a Suíça proibiu, em referendo, a construção de minaretes, a parte mais visível das mesquitas. Neste ano, uma pesquisa publicada pelo The Observer mostrou que, quando se trata de imigrantes muçulmanos, os britânicos são mais propensos a apoiar ideias e propostas de extrema-direita do que partidos que pregam o multiculturalismo. Muitas vezes, é desses grupos radicais ocidentais que surgem as provocações ao Islã, como o filme Inocência dos muçulmanos, cujo objetivo era instigar reações violentas e, assim, “provar” que o Islá é uma religião incompatível com a modernidade.
Ao retratar o “Islã” como um bloco único, generalizando alguns milhões de pessoas e simplificando sociedades extremamente complexas, esses “profetas” acabam por esconder o debate que realmente deve ser feito a respeito do Oriente Médio. O que a comunidade internacional pode fazer para ajudar Egito, Iêmen, Líbia e Tunísia, países que se livraram de seus ditadores, a trilhar um caminho que afaste o destino desses países do fundamentalismo religioso e do autoritarismo?

Rendimento do trabalhador brasileiro cresce e distância entre pobres e ricos diminui

Rendimento do trabalhador brasileiro cresce e distância entre pobres e ricos diminui

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

O rendimento médio mensal real do trabalhador brasileiro cresceu 8,3% entre 2009 e 2011. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), divulgada nesta sexta-feira 21 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor chegou a 1.345 por mês.
Os maiores aumentos no rendimento foram registrados nas regiões Nordeste (10,7%) e Centro-Oeste (10,6%), sendo esta última a que concentra o maior valor do país: 1.624 reais. Já a Nordeste, apesar do crescimento, continuou sendo a que apresenta o pior rendimento médio: 910 reais.
Além disso, segundo a Pnad, os rendimentos registraram maior crescimento entre os mais pobres. A parcela dos 10% mais pobres da população teve o maior aumento (29,2%), enquanto o 1% mais rico teve 4,3% de crescimento.


Com isso, a diferença entre os dois estratos populacionais caiu, apesar de continuar grande. De acordo com a pesquisa, a média dos rendimentos dos mais ricos era 87 vezes maior do que a dos mais pobres, em 2011. Em 2009, a proporção era 107.
“A gente observa que os maiores aumentos aconteceram, de forma geral, nas classes de rendimento mais baixo. Isto é, as pessoas que recebiam menos tiveram mais ganhos do que aquelas que recebiam mais. Isso tem um reflexo direto no índice de concentração de rendimentos, que a gente mede por meio do índice de Gini. Quase todas as regiões do país tiveram redução desse índice”, disse a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira.
O índice de Gini varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade na distribuição de renda na região. O índice brasileiro caiu de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011.
“Isso vem acontecendo nos últimos anos principalmente em virtude dos elevados aumentos do salário mínimo. O salário mínimo puxa a parte de baixo [dos estratos de renda]. Embora o salário daquele pessoal mais pobre nem chegue a um salário mínimo, ele serve como referência e puxa um aumento para cima”, diz Fernando de Holanda, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda do índice de Gini ocorreu em quatro regiões brasileiras. A exceção foi a Norte, onde a média do rendimento dos mais pobres se afastou da dos mais ricos. No Norte, o índice subiu de 0,488 para 0,496, mostrando que a desigualdade na distribuição de renda aumentou.
A Pnad mostrou ainda que as diferenças de rendimento entre homens e mulheres persistem no país, apesar de terem diminuído entre 2009 e 2011. O rendimento médio das mulheres, em 2011, foi 997, ou seja, 70,4% da média recebida pelos homens (1.417 reais). Em 2009, o valor recebido pelas mulheres representava apenas 67,1% do rendimento masculino.
Na avaliação por categorias de emprego, os militares e empregados públicos estatutários tinham rendimento médio de 2.289 reais, enquanto o dos trabalhadores domésticos sem carteira assinada era 424 reais. Nas demais categorias, os rendimentos observados pela Pnad foram: empregados com carteira assinada (1.303) reais, empregados sem carteira assinada (829 reais) e trabalhador doméstico com carteira assinada (reais 693).
Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

Paraguai garante direitos a brasiguaios

Paraguai garante direitos a brasiguaios

Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

O presidente do Paraguai, Federico Franco, disse ontem (18) que os chamados brasiguaios (fazendeiros e empresários brasileiros que moram em território paraguaio) terão garantias de segurança para poderem investir no país. Franco recomendou que eles enviem mensagens aos parentes no Brasil informando que terão os direitos garantidos e preservados. Nos últimos anos, os brasiguaios se queixam de discriminação e perseguição pelos paraguaios.

"Diga aos seus parentes no Brasil que o Paraguai é um país estável, pacífico e progressor", disse Franco, durante visita à fazenda do brasileiro Joacir Repossi, em Santa Rita, a uma distância de 330 quilômetros de Assunção, capital paraguaio. “Foram quatro anos de marginalização", ressaltou ele, ao lembrar que a área onde estão os brasileiros concentra a maior produção de soja do país.

Franco agradeceu pela colaboração dos brasileiros que investem no país. Segundo ele, os brasiguaios são responsáveis por transformar o Paraguai em um dos maiores exportadores de soja e de carne da América Latina. “O Paraguai jamais, nunca, será transformado em potência sem a presença de colonos brasileiros", disse.

Em seguida, o presidente acrescentou que os brasiguaios “podem trabalhar em paz e dormir tranquilos” e que podem dizer às suas famílias brasileiras irem ao Paraguai e investirem lá. Ao se referir aos brasiguaios, Franco costuma chamá-los de “cidadãos paraguaios de origem brasileira”, uma forma encontrada por ele para evitar controvérsias entre os brasileiros e os críticos do grupo.

Os números envolvendo a comunidade de brasileiros no Paraguai variam. Os brasiguaios consideram todas as famílias, por isso chegam a 350 mil, os produtores rurais paraguaios avaliam 110 mil e o governo trabalha com 6 mil.

Os brasiguaios relatam que sofreram perseguição nos últimos anos e ficaram impedidos de trabalhar. A maioria vive nas áreas de fronteira do Brasil com o Paraguai e se queixa da falta de apoio das autoridades paraguaias.

Há, entre os brasiguaios, grandes, médios e pequenos produtores rurais. Mas todos reclamam das tensões no campo. Eles contam que são ameaçados por carperos (sem-terra paraguaios) e sofrem discriminação porque não são paraguaios.

*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.

Edição: Talita Cavalcante

Fonte: EBC 
 
 

Publicado em: 20/09/2012

Paraguai pedirá fim de suspensões

Paraguai pedirá fim de suspensões

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

O presidente do Paraguai, Federico Franco, participa na próxima semana da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, nos Estados Unidos, no esforço de mostrar que a democracia é respeitada no seu país e que a destituição de Fernando Lugo do poder, em junho, seguiu os preceitos constitucionais. Também quer apelar para o fim da suspensão do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Franco disse que, ao discursar, afirmará que é “injusta” a decisão de suspender o Paraguai tanto do Mercosul quanto da Unasul devido à destituição de Lugo. Ele pretende ainda reclamar da incorporação da Venezuela ao bloco neste período em que o Paraguai está suspenso. "Vamos falar sobre a situação real, vamos expor à comunidade internacional o que aconteceu no Paraguai”, reiterou ontem o presidente.

Segundo Franco, o impeachment que ocorreu no país está estabelecido na Constituição. Ele acrescentou que vai mostrar o quanto foi injusta, arbitrária e ilegítima a suspensão.

Desde o fim de junho, o Paraguai foi suspenso do Mercosul e da Unasul, pois os líderes políticos da região discordaram da forma como Lugo foi destituído do poder. Para os líderes, houve o rompimento da ordem democrática. O Paraguai nega irregularidades.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reiteram que as decisões foram tomadas por unanimidade no Mercosul e na Unasul. Eles dizem que aguardam o fim das suspensões em 2013, após as eleições presidenciais no país.

*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC  
 
 

Publicado em: 21/09/2012

Pnad: analfabetismo diminui, mas ainda atinge quase 13 milhões de pessoas no Brasil

Pnad: analfabetismo diminui, mas ainda atinge quase 13 milhões de pessoas no Brasil

21/09/2012 -

Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil

A taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais caiu de 9,7% em 2009 para 8,6% em 2011, totalizando 12,9 milhões de brasileiros. A maior proporção ainda é verificada na Região Nordeste, mesmo com queda na taxa de 18,8% para 16,9%.
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 96,1% dos analfabetos do país têm 25 anos ou mais. Mais da metade deles se concentram na faixa acima de 50 anos.
A gerente da Pnad, Maria Lúcia Vieira, destaca a desigualdade regional na taxa de analfabetismo. De acordo com os dados, 35,6% das pessoas no Nordeste com 50 anos ou mais eram analfabetas em 2011.
“As taxas de analfabetismo para as populações até 24 anos são muito baixas, no Sul e no Sudeste, então, não chega a 1%. Elas são maiores quando a gente vai para as regiões Norte e Nordeste e conforme a faixa etária vai aumentando”, destaca Maria Lúcia.
No período, também houve aumento do nível de instrução entre pessoas com 25 anos ou mais. A proporção de brasileiros com ensino fundamental completo subiu de 8,8% para 10%. No caso do ensino médio, passou de 23% para 24,5% e do ensino superior, de 10,6% para 11,5%. Do mesmo modo, caíram os percentuais para o ensino fundamental incompleto (de 36,9% para 31,5%), médio incompleto (de 4% para 3,9%) e superior incompleto (de 3,5% para 3,4%).
Na distribuição por gênero, a média de anos de estudo entre as mulheres ficou em 7,5 em 2011 enquanto entre os homens atingiu 7,1.

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

PNAD: Acesso a serviço de esgoto aumenta e chega a 62,6% em 2011

Acesso a serviço de esgoto aumenta e chega a 62,6% em 2011

21/09/2012

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A cobertura do serviço de esgoto aumentou de 59,1% em 2009 para 62,6% em 2011. Em números absolutos, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje pelo (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que, do total de 61 milhões de domicílios no país, mais da metade estão ligadas à rede: 38,2 milhões de casas.
A situação ainda é considerada preocupante pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes).“Com o atual nível de investimento que temos, demoraremos 50 anos para universalizar o serviço”, afirma o presidente da entidade, Dante Ragazzi Pauli. Segundo ele, além de investimentos públicos, é preciso capacitar gestores estaduais e municipais.
Entre as regiões do país, a Norte, mesmo considerando as fossas sépticas que estão ligadas à rede de esgoto, tem o menor percentual de casas atendidas, 20,2% - embora fosse 12,9%, em 2009 - seguida da Nordeste, que tem  40,1% das residências com esgoto. Nas regiões Centro-oeste, Sul e Sudeste os percentuais de atendimento são 45%, 59% e 87%, respectivamente.
“O governo tem investido mais nessas regiões [Norte e Nordeste], mas levando em conta que a carência é tão grande, o avanço é pequeno”, avaliou Ragazzi. Segundo ele, mesmo nas regiões mais ricas, há bolsões de pobreza que só serão alcançados com investimentos públicos e redução de tarifas e taxas. “Não há desenvolvimento ambiental sem desenvolvimento econômico.”
Por outro lado, a pesquisa mostra que oito em cada dez casas têm água encanada (84,6%), o equivalente a 51,8 milhões do total de domicílios. O número cresceu 0,3 ponto percentual entre 2001 e 2009, em parte, porque está cada vez mais difícil chegar aos domicílios sem o serviço.
Outro indicador ambiental que reflete a qualidade de vida dos moradores, a coleta de lixo chega a 88% dos domicílios. Com exceção da Região Norte, onde o percentual de atendidos diminuiu de 79% para 75%, houve avanço nas demais, com pico de 95,9%, no Sudeste. A rede elétrica, segundo o IBGE, se estendeu para mais 3 milhões de casas, atendendo a 99,3% das casas brasileiras.


Edição: Lílian Beraldo
 

PNAD: Um em cada cinco domicílios tem computador com internet, indica pesquisa

Um em cada cinco domicílios tem computador com internet, indica pesquisa

21/09/2012
Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil

Na hora de comprar um eletrodoméstico novo, os brasileiros têm preferido computador com acesso à internet. No auge dos 90 anos da primeira transmissão radiofônica no Brasil, o rádio, que já esteve em cerca de 90% das casas, tem ficado de lado. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O computador com internet foi identificado em 22% dos domicílios em 2011, ano da pesquisa, ante 16%, em 2009, quando o estudo foi feito pela última vez. Segundo o IBGE, a presença do aparelho  registrou o mais elevado percentual de crescimento (39,8%) entre os bens duráveis identificados nas casas brasileiras. Em seguida, está o crescimento dos computadores sem conexão à rede (29,7%).
Os telefones celulares também continuam ganhando espaço. Em quase metade das casas brasileiras (49%), pelo menos um morador tinha apenas o aparelho, contra 41% em 2009. Entre as regiões do país, nos últimos dois anos, o uso cresceu mais no Norte e no Nordeste, onde os celulares estão em mais da metade das residências: 63% e 61%, respectivamente.
Em geral, as casas brasileiras ainda têm mais televisão (59,4%) que geladeira (58,7%). O fogão aparece em 60% dos domicílios. Com a melhoria de renda da população, a máquina de lavar ganha espaço, principalmente nas casas que já dispõem de outros bens. O salto entre 2009 e 2011 foi 20,3% - um dos mais altos entre os bens duráveis.
A empregada doméstica Meire Pacheco Leal, de 47 anos, diz que os preços baixaram nos últimos anos facilitando a compra do eletrodoméstico. “Primeiro, troquei meu fogão de quatro bocas por um de seis. Depois, comprei uma geladeira com degelo automático. Aí, chegou a vez da máquina, que é bem mais prática para a gente que trabalha fora”, contou Meire, mãe de três filhas.
Já o rádio - que na última década era encontrado em 88% dos domicílios (dados em 2008) - está perdendo espaço. Na pesquisa de 2011, 0,6% a menos de casas têm o aparelho.
Edição: Carolina Pimentel

Rendimento do trabalhador brasileiro cresce e distância entre pobres e ricos diminui

Rendimento do trabalhador brasileiro cresce e distância entre pobres e ricos diminui

21/09/2012Vitor Abdala

Repórter da Agência Brasil
 
O rendimento médio mensal real do trabalhador brasileiro cresceu 8,3% entre 2009 e 2011. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o valor chegou a R$ 1.345.
Imagem: EBC
Os maiores aumentos no rendimento foram registrados nas regiões Nordeste (10,7%) e Centro-Oeste (10,6%), sendo esta última a que concentra o maior valor do país: R$ 1.624. Já a Nordeste, apesar do crescimento, continuou sendo a que apresenta o pior rendimento médio: R$ 910.
 
Além disso, segundo a Pnad, os rendimentos registraram maior crescimento entre os mais pobres. A parcela dos 10% mais pobres da população teve o maior aumento (29,2%), enquanto o 1% mais rico teve 4,3% de crescimento.
Com isso, a diferença entre os dois estratos populacionais caiu, apesar de continuar grande. De acordo com a pesquisa, a média dos rendimentos dos mais ricos era 87 vezes maior do que a dos mais pobres, em 2011. Em 2009, a proporção era 107.
“A gente observa que os maiores aumentos aconteceram, de forma geral, nas classes de rendimento mais baixo. Isto é, as pessoas que recebiam menos tiveram mais ganhos do que aquelas que recebiam mais. Isso tem um reflexo direto no índice de concentração de rendimentos, que a gente mede por meio do índice de Gini. Quase todas as regiões do país tiveram redução desse índice”, disse a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira.
O índice de Gini varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade na distribuição de renda na região. O índice brasileiro caiu de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011.
“Isso vem acontecendo nos últimos anos principalmente em virtude dos elevados aumentos do salário mínimo. O salário mínimo puxa a parte de baixo [dos estratos de renda]. Embora o salário daquele pessoal mais pobre nem chegue a um salário mínimo, ele serve como referência e puxa um aumento para cima”, diz Fernando de Holanda, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
A queda do índice de Gini ocorreu em quatro regiões brasileiras. A exceção foi a Norte, onde a média do rendimento dos mais pobres se afastou da dos mais ricos. No Norte, o índice subiu de 0,488 para 0,496, mostrando que a desigualdade na distribuição de renda aumentou.
A Pnad mostrou ainda que as diferenças de rendimento entre homens e mulheres persistem no país, apesar de terem diminuído entre 2009 e 2011. O rendimento médio das mulheres, em 2011, foi R$ 997, ou seja, 70,4% da média recebida pelos homens (R$ 1.417). Em 2009, o valor recebido pelas mulheres representava apenas 67,1% do rendimento masculino.
Na avaliação por categorias de emprego, os militares e empregados públicos estatutários tinham rendimento médio de R$ 2.289, enquanto o dos trabalhadores domésticos sem carteira assinada era R$ 424. Nas demais categorias, os rendimentos observados pela Pnad foram: empregados com carteira assinada (R$ 1.303), empregados sem carteira assinada (R$ 829) e trabalhador doméstico com carteira assinada (R$ 693).

Edição: Juliana Andrade e Lílian Beraldo

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

EUA e França reforçam medidas de segurança após charges de Maomé

EUA e França reforçam medidas de segurança após charges de Maomé

Publicado em Carta Capital
Editor da revista Charlie Hebdo’s segura edição com caricatura. Foto: ©AFP / Fred Dufour

PARIS (AFP) – Estados Unidos e França reforçaram as medidas de segurança de seus interesses e representações no mundo ante o risco de que a violência desencadeada pelo filme Innocence of Muslims (Inocência dos Muçulmanos), que ofende Maomé, aumente ainda mais após a publicação, nesta quarta-feira 19, de charges do profeta muçulmano em uma revista satírica francesa.
Mais de 30 pessoas morreram em ataques e manifestações violentas provocadas pela divulgação de trechos do filme amador, incluindo 12 em um atentado suicida executado por uma mulher, na terça-feira 18, no Afeganistão. O reforço das medidas de segurança se concentra na sexta-feira, dia de oração nos países muçulmanos e que pode provocar um aumento da mobilização contra o Ocidente.
Após uma semana de violência antiamericana no mundo árabe, o governo dos Estados Unidos adotou medidas excepcionais para proteger suas embaixadas no mundo, anunciou a secretária de Estado Hillary Clinton. A chefe da diplomacia negou que Washington tenha recebido informações sobre os planos para o ataque ao consulado de Benghazi (Líbia) em 11 de setembro, que matou o embaixador do país.
A França também reforçou as medidas de segurança depois que a revista satírica francesa Charlie Hebdo publicou na edição desta quarta-feira 19 desenhos sobre a controvérsia gerada pelo filme. As charges da publicação apontam mais para os autores do filme e os islamitas do que para o Islã, mas o profeta Maomé é representado nu em dois desenhos.
O chanceler francês Laurent Fabius anunciou o aumento da segurança nas embaixadas francesas. Em Paris, a polícia também reforçou a proteção ao edifício que abriga a redação da Charlie Hebdo e manifestações de repúdio ao filme foram proibidas pelo primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault.
Paquistaneses queimam bandeiras americanas. Foto: ©AFP / Aamir Qureshi

“Estamos em um país no qual a liberdade de expressão está garantida, a liberdade de caricaturar também”, declarou o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault. No entanto, ele afirmou que se as pessoas se sentirem ofendidas e considerarem que o direito foi ultrapassado, podem apelar aos tribunais. No contexto atual, a publicação da Charlie Hebdo “joga lenha na fogueira”, opinou Laurent Fabius.
Na França, qualquer agressão aos muçulmanos é considerada sensível. O país tem a maior comunidade muçulmana da Europa, com entre quatro e seis milhões de muçulmanos.
Conflitos
Na última semana, vários países do Oriente Médio, África do Norte, Ásia e Europa foram cenários na última semana de atos de violência dirigidos contra Estados Unidos após a divulgação de trechos do filme.
Na terça-feira, o presidente americano Barack Obama pediu ao mundo muçulmano que trabalhe com os Estados Unidos para garantir a segurança de seus representantes no mundo. “Embora este vídeo seja chocante – e nós o denunciamos evidentemente, o governo americano não tem nada a ver com ele – não é de nenhum modo uma desculpa para a violência”, disse.
O embaixador dos Estados Unidos na Líbia e três funcionários americanos morreram no ataque ao consulado de Benghazi. Em 2005, a publicação de charges de Maomé por um jornal dinamarquês provocou uma onda de protestos no mundo muçulmano.

Mais informações em AFP Móvil

Funcionários dos Correios em 18 estados e no DF entram em greve

Funcionários dos Correios em 18 estados e no DF entram em greve

19/09/2012
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

  Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) em 18 estados e no Distrito Federal estão em greve a partir de hoje (19), por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajustes salariais e  reposição de perdas. Em Brasília, os trabalhadores prometem ficar mobilizados desde o começo da manhã, em manifestação em frente ao Ministério das Comunicações, onde aguardam reunião com representantes do governo. Às 10h30 haverá uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
 
O salário inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942. Dos 35 sindicatos da categoria, dez ainda farão assembleias de hoje até o dia 25. Uma das maiores empresas empregadoras no regime de, Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os Correios têm mais de 115 mil funcionários.
Aprovaram a paralisação os empregados dos Correios em Alagoas, no Amazonas, Ceará, Distrito Federal, em Goiás, Mato Grosso, na Paraíba, no Paraná, em Pernambuco, no Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Tocantins. Em Minas Gerais e no Pará, a categoria já havia iniciado a greve na semana passada.
O comando de negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Mas quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, pedem 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100.
A empresa sustenta que o índice de reajuste de 5,2% oferecido aos trabalhadores garante o poder de compra e repõe a inflação do período, diz a ECT em seu blog institucional. Os Correios informam ter um plano de contingência para manter a prestação de serviços à população.
Segundo a ECT, há um plano com medidas como a realocação de empregados das áreas administrativas, a contratação de trabalhadores temporários e a realização de horas extras e mutirões para triagem e entrega de cartas e encomendas nos fins de semana. Em nota, a assessoria da empresa diz que apenas os itens econômicos da pauta de reivindicações dos sindicatos, se atendidos, gerarão acréscimo até R$ 25 bilhões na folha, cuja previsão de receita é R$ 15 bilhões para 2012.

*Colaboraram Fernando César Olivieira e Nélio de Andrade  
Edição: Graça Adjuto 

Haitianos devem receber até sexta-feira protocolos para obter documentos no Brasil

Haitianos devem receber até sexta-feira protocolos para obter documentos no Brasil

19/09/2012

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal entregará até sexta-feira (21) um protocolo para que os 215 haitianos que estão irregulares em Brasileia, no Acre, possam legalizar a situação no país. O documento servirá para que eles possam obter o Cadastro Pessoa Física (CPF) e a Carteira de Trabalho.
Fonte: EBC
O protocolo autoriza o imigrante haitiano a conseguir os documentos por prazo inicial de 180 dias, que pode ser prorrogado. Passado um ano e estando devidamente empregados, eles poderão requerer residência fixa no Brasil.
O problema, segundo o representante do governo do Acre que trata da questão, Damião Borges, é que não param de chegar haitianos em situação irregular pela fronteira com Cobija, na Bolívia. “Ontem (18) à noite entraram em Brasileia mais cinco haitianos e vai chegar mais. O governo federal deveria tomar uma providência: ou controla a fronteira ou [os] manda de volta ao Haiti”, ressaltou o representante do governo acriano.
Damião Borges disse que, mais uma vez, terá problemas com a alimentação aos imigrantes ilegais. Ele frisou que os atuais fornecedores deverão cortar o envio de comida aos haitianos.
Empresas de Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e do Rio de Janeiro já fizeram contatos com o governo estadual para a contratação dessa leva de haitianos que terão seus documentos de entrada legalizados. Segundo Damião Borges, outros devem seguir para Porto Velho onde têm parentes já empregados.
Edição: Talita Cavalcante

Federico Franco apela para Dilma ouvir compatriotas e mudar de opinião sobre suspensão do Paraguai

Federico Franco apela para Dilma ouvir compatriotas e mudar de opinião sobre suspensão do Paraguai

19/09/2012 -

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

O presidente do Paraguai, Federico Franco, apelou ontem (18) para que a presidenta Dilma Rousseff “ouça” os brasileiros que vivem em território paraguaio e mude de opinião sobre a suspensão do país do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Franco disse que se Dilma ouvir os “compatriotas” perceberá que a destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, obedeceu aos preceitos democráticos.
"Faço votos de que a presidenta [Dilma Rousseff] ouça seus compatriotas e vizinhos e possa escutar os cidadãos paraguaios de origem brasileira que vivem aqui e, depois de ouvi-los, entenda que o que ocorreu no Paraguai foi uma mudança de governo como resultado de um [processo de] impeachment legítimo e constitucionalmente aceito", disse ele.
Franco ressaltou ainda que a relação entre paraguaios e brasileiros reflete amor. Mas reiterou que o Paraguai é um país independente, autônomo e livre. "A relação é com o povo brasileiro que nos ama e nos respeita. O Paraguai é um país livre, soberano e que não aceita tutela”, disse ele, em Santa Rita, Alto Paraná, no Paraguai.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, destacaram que a suspensão do Paraguai foi definida de forma unânime pelos líderes políticos da região, que observaram o rompimento da ordem democrática no país, a partir do processo de impeachment de Lugo.
Em 29 de junho, as presidentas Dilma Rousseff (Brasil) e Cristina Kirchner (Argentina) e o presidente José Pepe Mujica (Uruguai) aprovaram a suspensão do Paraguai no Marcosul até 21 de abril de 2013 – quando haverá eleições presidenciais no país. A medida foi tomada porque os presidentes discordaram da forma como Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho.
Para Dilma, Cristina e Mujica, a ordem democrática foi rompida no Paraguai, uma vez que Lugo foi submetido ao processo de impeachment em menos de 24 horas. Um mês depois, o Mercosul formalizou o ingresso da Venezuela no bloco. A decisão contrariou o Paraguai que, até então, não havia aprovado a incorporação da Venezuela ao grupo nem participou das últimas negociações.

*Com informações da agência pública de notícias do Paraguai, Ipparaguay.
Edição: Talita Cavalcante

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Hezbollah faz novo alerta aos EUA

Hezbollah faz novo alerta aos EUA

Renata Giraldi* - Repórter da Agência Brasil

Pelo segundo dia consecutivo, o líder do movimento Hezbollah, Hassan Nasrallah, enviou ontem (17) mensagem aos seguidores do islamismo. Nasrallah apareceu em público, nos arredores de Beirute, em meio a uma manifestação contra o filme que satiriza o profeta Maomé e o Islã. Ao discursar por cerca de 20 minutos, ele advertiu os Estados Unidos para as “repercussões perigosas” sobre o filme.

No dia anterior, domingo (16), Nasrallah pediu aos muçulamos para  "mostrar ao mundo sua cólera". É a quinta vez que o dirigente do Hezbollah aparece em público, desde 2006.  Em geral, ele divulga os discursos por meio de vídeo. "A nossa ira não será passageira, é o nascimento de um movimento que deve continuar em toda a nação muçulmana", disse.

Desde a guerra de 2006, quando as autoridades de Israel enfrentaram o Hezbollah, Nasrallah está escondido. Ontem, ele foi saudado pelos simpatizando do grupo xiita. O líder do Hezbollah pediu que seja suspensa a divulgação na internet do filme anti-Islã.

"Os Estados Unidos têm de perceber que se divulgarem todo o filme haverá repercussões perigosas em todo o mundo", disse o líder do Hezbollah, lembrando que na internet o filme tem 14 minutos. No total, tem duas horas.

Até domingo (23) estão organizados protestos nas principais cidades do Líbano. Paralelamente, em vários países, os seguidores do islamismo protestam contra o filme. Há situações em que embaixadas e consulados dos Estados Unidos e de países aliados, como a Alemanha e o Reino Unido, foram atacados.

Desde o início dos protestos contra o filme, em 11 de setembro, 19 pessoas foram mortas em todo o mundo, incluindo o embaixador dos Estados Unidos no consulado norte-americano em Benghazi, na Líbia, Chris Stevens.

*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Edição: Graça Adjuto

Fonte: EBC 
 
 

Publicado em: 18/09/2012

Tecnologia: Guerra das patentes

Guerra das patentes

Publicado em Carta Capital

Fogo. Líder em aparelhos com o Android, a Samsung também processa a Apple. Foto: AFP

Um júri californiano concluiu, em 24 de agosto, que a Samsung roubou tecnologias usadas pela Apple no iPhone e iPad para criar produtos semelhantes. E decidiu que a empresa sul-coreana deveria pagar 1 bilhão de dólares como punição. A Samsung pode apelar, mas é resultado importante em um processo que durou mais de um ano. A Apple pediu 2,5 bilhões dólares quando abriu o processo, em abril de 2011. A Samsung respondeu com outro processo, no qual pedia 399 milhões de dólares.
A eventual vitória da Apple trará consequências importantes. A primeira delas, é claro, atinge a Samsung. A empresa certamente não terá problemas em pagar o valor assinalado, mas o custo maior talvez fique por conta da imagem arranhada. Ela arrisca ficar conhecida por roubar ideias alheias, de simplesmente copiar a inovação vista em produtos da concorrência.
Um segundo interessado no desdobramento do caso é o Google. A Samsung é a maior fabricante de smartphones e tablets com o sistema operacional Android. Não é difícil pensar que a Apple mirou a empresa sul-coreana para atingir a grande rival. A obsessão de falecido cofundador da Apple, Steve Jobs, era “destruir o Android”, como contado pelo biógrafo Walter Isaacson.
Jobs mantinha que o Android era um “produto roubado”, reles cópia do sistema operacional iOS. E dizia estar disposto a uma “guerra termonuclear” para defender a Apple. “Vou gastar meu último fôlego caso isso seja necessário e vou gastar até o último centavo dos 40 bilhões que a Apple tem no banco para resolver essa questão.”


A prova de que os gestores da Apple continuam com a mesma obsessão é a empresa também ter aberto processos contra a HTC e a Motorola, também fabricantes de smartphones e tablets que usam o sistema operacional Android.
A Microsoft é a terceira interessada no desenrolar de toda a batalha. “O Windows Phone ficou bem bonito agora”, escreveu Bill Cox, diretor de marketing da divisão de smartphones da empresa, pouco depois da decisão do júri. De fato, é provável que outras fabricantes de smartphones decidam usar o sistema operacional da Microsoft para fugir de qualquer tipo de problema legal com a Apple.
Um bilhão de dólares pode não ser grande coisa para a Samsung, mas seria um valor capaz de liquidar as concorrentes menores.
Ainda no assunto telefones e tecnologia, a empresa australiana biNu quer providenciar aos usuários de telefones mais simples a mesma experiência tida por donos de smartphones.
A grande maioria dos celulares simples é capaz de rodar aplicativos Java. São aparelhos que conseguem acessar sites WAP e é com essas ferramentas que a biNu pretende trabalhar.
O usuário baixa o aplicativo da empresa e tem acesso ao Facebook, ao Twitter, às buscas no Google e a outros serviços. Todas as tarefas que pedem um processador poderoso são feitas por servidores. E a transmissão de dados pode até se dar por uma simples sequência de mensagens de texto.
O aplicativo age como um simples portal. A companhia já tem mais de 4,2 milhões de usuários em mercados na África, além de Malásia, Irã e Estados Unidos.

RELATOR DO MENSALÃO DIZ QUE GOVERNO LULA COMPROU VOTOS

RELATOR DO MENSALÃO DIZ QUE GOVERNO LULA COMPROU VOTOS

RELATOR DIZ QUE GOVERNO LULA COMPROU VOTOS NA CÂMARA E CONDENA RÉUS DO PP
Autor(es): Felipe Recondo, Ricardo Brito, Eduardo Bresciani e Mariângela Gallucci
O Estado de S. Paulo - 18/09/2012
 

Joaquim Barbosa concluiu que foi comprado o apoio de PP, PMDB, PTB e PL e condenou réus do PP
O relator do julgamento do mensalão no STF, Joaquim Barbosa, afirmou que o governo do ex-presidente Lula comprou votos de deputados e apoio de PP, PMDB, PTB e PL (hoje, PR) para aprovar leis na Câmara. Barbosa indicou que condenará por corrupção passiva e lavagem de dinheiro deputados e ex-deputados acusados de receber recursos do esquema. Também indicou que vai considerar culpados os acusados de serem os corruptores: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. No total, foram repassados R$ 55 milhões. Barbosa disse que o governo Lula comprou o ingresso do PP na base aliada, em 2003. Pedro Henry (MT) e Pedro Corrêa (PE) foram condenados pelo relator por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Ministro Joaquim Barbosa usa como argumento o fato de o partido ter apoiado o tucano José Serra na eleição presidencial de 2002 e ter "notória incompatibilidade ideológica" com o PT

O ministro Joaquim Barbosa afirmou nessa segunda-feira, 17, que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprou votos de deputados e apoio de partidos para aprovar leis na Câmara dos Deputados. Relator do julgamento do mensalão, Barbosa indicou que condenará por corrupção passiva e lavagem de dinheiro todos os parlamentares e ex-deputados acusados de receberem recursos do esquema. Também indicou que vai considerar culpados os acusados de serem os corruptores da Câmara dos Deputados: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Veja também:
Decisão do relator "não faz sentido", diz defesa de Henry
Wilson Pedrosa/AE
Barbosa indicou que condenará todos os parlamentares e ex-deputados acusados de receberem recursos
Os pagamentos a deputados do PP, PMDB, PTB e PR (na época, PL) foram acertados em reuniões com a cúpula do PT e José Dirceu e serviram para garantir votos favoráveis à aprovação das reformas da Previdência, Tributária e Lei de Falências na Câmara, projetos de interesse do governo Lula, segundo o relator.
No total, como admitiu o empresário Marcos Valério, R$ 55 milhões foram repassados a parlamentares da base aliada. Recursos que foram pagos por ordem de Delúbio e Genoino, disse o ministro, e só cessaram após o esquema vir à tona em 2005.
Barbosa rechaçou a tese de que os pagamentos serviram para pagar despesas de campanha via caixa 2. Não há dúvida sobre a compra de votos", afirmou. "Esses repasses estão a demonstrar a existência de vinculação do pagamento de vantagens financeiras e o apoio parlamentar dos partidos recebedores."Ele ressaltou que, mesmo que o dinheiro fosse usado para campanhas, a prática do crime de corrupção estaria configurada. Ele disse ainda que a delação do esquema pelo ex-deputado Roberto Jefferson não foi "mera vingança política".
Barbosa disse que o governo Lula comprou o ingresso do PP na base aliada em 2003. O partido apoiou o adversário de Lula na eleição de 2002, José Serra (PSDB). "Independentemente da destinação dada aos recursos, as provas conduzem à conclusão de que os réus receberam o dinheiro em razão da função parlamentar e em troca da fidelidade do partido ao governo", disse.
O então líder do PP na Câmara, Pedro Henry (MT), e o presidente da legenda à época, Pedro Corrêa (PE), foram condenados pelo relator por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Os dois receberam dinheiro, no total de R$ 4,1 milhões, por meio de saques do Banco Rural e da corretora Bônus-Banval. "O acusado Marcos Valério foi o elo entre todos os parlamentares e o PT na pessoa de Delúbio que determinava os repasses de dinheiro e as pessoas que seriam beneficiadas", disse Barbosa, referindo-se ao empresário apontado como o operador do mensalão.
O relator chegou a citar o depoimento de um ex-deputado do PP Vadão Gomes, que mencionou haver "notória incompatibilidade ideológica" entre os partidos. "Os deputados do PP praticaram atos de ofício em razão desses pagamentos e coube a Pedro Henry deliberar os votos dos integrantes da bancada na direção que buscavam os corruptores."
O relator também condenou os representantes da corretora Bônus Banval, Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado, pelo crime de lavagem de dinheiro. O dinheiro chegou às mãos dos integrantes do PP por meio das empresas.
Na quarta-feira, 19, Barbosa continua a ler seu voto. Serão julgados no item os parlamentares e ex-parlamentares do PR, PMDB e PTB, incluindo Roberto Jefferson.
Ao fim do item, o ministro julgará os acusados de serem os corruptores, responsáveis pelo esquema de compra de votos: Dirceu, Genoino e Delúbio. O julgamento desse item pode levar duas semanas ou mais.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Por que ainda vale a pena apoiar a Primavera Árabe

Por que ainda vale a pena apoiar a Primavera Árabe

 Publicado em Carta Capital

Manifestante líbio lamenta a morte do embaixador Chris Stevens: “Desculpe, Chris. Benghazi não conseguiu proteger você”. Foto: Reprodução / Twitter

O saldo da semana em que o mundo lembrou o 11 de setembro é uma lástima. Quatro diplomatas norte-americanos foram mortos na Líbia, duas embaixadas dos Estados Unidos foram invadidas e protestos em diversos países árabes deixaram pelo menos cinco mortos, quatro no Iêmen e um no Líbano. O pretexto para a violência era o filme Innocence of Islam, produzido nos EUA, que retrata o profeta Maomé como pedófilo e bissexual. A violência gerou inúmeras dúvidas quanto ao futuro da Primavera Árabe, mas este é um momento decisivo para o futuro do Oriente Médio, que precisa de apoio para encontrar a liberdade genuína.
A Primavera Árabe teve inícios e desfechos diferentes em cada um dos países pelos quais passou. Há, entretanto, um aspecto em comum na história recente de Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, países em que os ditadores foram derrubados. Em todos eles, a “primavera” serviu para libertar forças políticas e sentimentos que eram suprimidos pelos regimes autoritários em vigor. Um grupo político particularmente saliente é o dos salafistas, fundamentalistas ultraconservadores que lideraram os protestos contra o filme. As manifestações desta semana escancararam, também, o forte sentimento anti-EUA presente no mundo árabe.
Um olhar sobre a história recente do Oriente Médio ajuda a perceber que o fundamentalismo religioso e o anti-americanismo estão interligados. O radicalismo se tornou influente nas sociedades muçulmanas a partir da segunda metade do século XX. Neste período, os Estados Unidos apoiaram vários golpes de Estado, adotaram como aliados alguns dos mais sangrentos ditadores, invadiram o Iraque e sempre apoiaram firmemente Israel, que os árabes odeiam em uníssono. Esses governos ditatoriais apoiados pelos EUA fecharam jornais, partidos, sindicatos e suprimiram quaisquer outras formas de dissenso na sociedade. A não ser as mesquitas. No Islã, e muitas vezes na interpretação mais fundamentalista dele, milhões de pessoas encontraram abrigo das torturas, da violência policial e da repressão política, além de alívio para a pobreza, o desemprego e o analfabetismo.
Entender a origem do que se observa no Oriente Médio não significa apoiar a violência. A interpretação do Islã e a forma como as sociedades muçulmanas da região encaram suas dificuldades estão recheadas de problemas. Pululam no Oriente Médio líderes religiosos que pregam o ódio e a violência. Políticos e cidadãos não conseguem entender, como afirma o analista Ed Husain no London Evening Standard, que a liberdade de blasfemar com o lamentável Innocence of Islam é a mesma que garante a construção de mesquitas e cemitérios muçulmanos em países ocidentais. Falta ao Islã, continua Husein, uma reforma de pensamentos que valorize o legado positivo de Maomé, profeta que, segundo o Corão, perdoou e protegeu um beduíno que blasfemara ao urinar em uma mesquita.

Nesta semana, ficou óbvio como o processo de democratização do Oriente Médio será complexo e problemático. É forte a tentação de abandonar a região a seu próprio destino, mas fazer isso seria abandonar o manifestante cuja fotografia abre este artigo em detrimento dos assassinos do embaixador Chris Stevens. Seria considerar que os 2 mil egípcios que protestaram na embaixada dos EUA no Cairo representam os 7 milhões de habitantes da cidade ou que a versão fundamentalista do Islã é a única possível para os mais de 1 bilhão de muçulmanos.
No Oriente Médio, é preciso tentar ver através da violência. Na revista Foreign Policy, Shadi Hamid lembra que nunca antes na história os EUA conseguiram aproximar tanto seus valores (democracia) de seus interesses (segurança) como ocorre hoje em relação à Líbia, à Tunísia e ao Egito. Assim, apoiar os processos de democratização desses países é, para os EUA, estar “do lado certo da história” no Oriente Médio pela primeira vez. É preciso valorizar também os sinais positivos recentes. Líbia, Egito e Tunísia conseguiram realizar eleições livres e limpas pela primeira vez em sua história nos últimos meses. Na Líbia, um dia após a morte do embaixador Chris Stevens, um novo primeiro-ministro foi eleito pelo Parlamento por apenas dois votos de diferença e o candidato derrotado aceitou o resultado imediatamente. Ainda é pouco, mas a democracia não é um receituário que pode ser simplesmente instalado num país. A democracia é um processo, doloroso e tortuoso, que continua sendo aperfeiçoado mesmo onde vigora há muito tempo. Lentamente, com apoio a quem defende a liberdade e a democracia, o Oriente Médio pode se transformar num lugar melhor para suas populações e, quem sabe, deixar o mundo todo mais estável e seguro.

Japão anuncia abandono do uso de energia nuclear até 2040

Japão anuncia abandono do uso de energia nuclear até 2040

14/09/2012 -

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

O governo do Japão anunciou planos de abandonar o uso de energia nuclear até 2040. A decisão foi anunciada um ano e meio depois do desastre na Usina de Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do país. As usinas atômicas chegaram a produzir um terço da energia do Japão.
A proposta foi sugerida por uma comissão governamental. Depois do acidente em Fukushima, o mais grave da história japonesa, vários países repensaram o uso de energia atômica, entre eles a Alemanha, que deve desligar o seu último reator em 2022.
Em 11 de março de 2011, um terremoto seguido por tsunami gerou explosões e vazamentos na Usina Nuclear de Fukushima. Desde então, a área foi evacuada e uma série de medidas foram adotadas, como a suspensão da produção e da venda de alimentos e carnes produzidos na região.
Paralelamente, o governo japonês passou a estudar ações para reduzir o uso de energia nuclear no país a fim  evitar futuros acidentes, como os registrados no ano passado.

*Com informações da BBC Brasil // Edição: Juliana Andrade

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

País atinge antes meta de mortalidade infantil

País atinge antes meta de mortalidade infantil

 Do Msn Estadão
 
Com quatro anos de antecedência, o Brasil atingiu as Metas do Milênio da ONU no que se refere à redução da mortalidade...



País atinge antes meta de mortalidade infantil
"Melhor atenção médica e maior renda das famílias contribuem para o bem-estar infantil"


Com quatro anos de antecedência, o Brasil atingiu as Metas do Milênio da ONU no que se refere à redução da mortalidade infantil até 2015 e tem uma das cinco maiores reduções no mundo em termos de mortes.
Dados que serão divulgados nesta quinta-feira, 13, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Banco Mundial e Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, em 2011, o Brasil já conseguiu ultrapassar a meta estabelecida.
Em 2000, a ONU fixou metas sociais para os países e deu 15 anos para que governos chegassem perto dos objetivos. A base de comparação usada foi o ano de 1990.
No caso do Brasil, a meta era de que as 58 mortes registradas para cada mil crianças em 1990 fossem reduzidas para 19 por grupo de mil em 2015. Mas, ao final de 2011, a taxa já era de 16 para cada mil crianças.
Em 1990, 205 mil crianças com menos de 5 anos morreram no País. Em 2011, foram 44 mil, uma queda de 73%, que apenas quatro outros países superaram. Apesar de ter atingido a meta, o Brasil ainda está distante dos índices de países ricos. Na Itália, Portugal ou Espanha, a proporção de crianças que morrem é de apenas um quarto da taxa brasileira.
Em 2011, em todo o mundo, 6,9 milhões de crianças morreram antes de completar 5 anos de idade. Em 2000, essa taxa era de 12 milhões.
Melhor atenção médica, maior renda das famílias, expansão dos serviços de saúde e maior cobertura de vacinas e antibióticos seriam os motivos do avanço brasileiro.
Graças aos avanços de Brasil, El Salvador, México e Peru, a América Latina está prestes a também alcançar o objetivo. A região, segundo o levantamento, promoveu uma queda de 64% nas mortes. "A América Latina está muito próxima de alcançar o objetivo e, se continuar no atual ritmo, chegará à meta", disse o diretor do Departamento de Estatísticas Sanitárias da OMS, Boerma Ties.
Na região, a estimativa é de que 53 em cada mil crianças não chegavam aos 5 anos de idade em 1990. A taxa caiu para 19 por mil, muito próxima à de 18 por mil estabelecida pela meta. O caso mais dramático ainda é o Haiti. A taxa, hoje, é de 70 mortes para cada mil crianças, quando a meta estabelecia que o índice deveria ser 48 mortes por grupo de mil.
Hoje, 80% das crianças que ainda morrem antes dos 5 anos de idade estão na África e Ásia. Só na Índia morrem um quarto das crianças de todo o mundo, contra 11% na Nigéria, 7% no Congo, 5% no Paquistão e 4% na China.

* Jamil Chade é correspondente em Genebra